Completam-se este ano 2014 quinze anos do meu serviço como voluntária na Clínica Psiquiátrica de São José, em Lisboa. Sendo uma casa de saúde das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, tem o seu próprio (e bem forte) carisma, que, desde logo, me atraiu.

Há muito que tive a graça de descobrir que dificilmente encontraremos algo de mais poderoso neste mundo do que o coração de um voluntário, porque nele mora o Coração de Jesus, que se entregou por cada um de nós e se identifica, especialmente, com a pessoa em sofrimento e com quem dela cuida.

A pessoa portadora de doença psíquica ou deficiência é a razão de existir desta casa de saúde e, portanto, também deste serviço que tenho o privilégio de exercer e pelo qual me sinto tão grata.

Em cada semana, o meu coração sai fortalecido pelo exemplo dado pelas irmãs hospitaleiras, com quem aprendi que, se queremos ser felizes, não basta dar – é preciso dar-se.

Em cada semana, há um irmão doente que me ensina a amar melhor.

Em cada semana, a árvore plantada no meu coração, no meu primeiro dia neste Centro, vai crescendo e apresentando novos frutos, que muito enriquecem a minha vida.

Quem ama cuida. O voluntário hospitaleiro procura, sobretudo, seguir os passos do Bom Samaritano, no cuidado ao que sofre: olhar (com olhos de ver), aproximar-se (sem preconceito), ouvir (atentamente), dar a mão (livre de interesses), e comunicar nessa linguagem de amor universal que é o sorriso…